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viernes, 11 de diciembre de 2015

Graça Salgueiro conta como a oposição impediu que os comunistas fraudassem mais uma eleição na Venezuela.


Duro golpe no Foro de São Paulo?


ESCRITO POR GRAÇA SALGUEIRO


O ano de 2015 fecha com um grande revés para o comunismo e o Foro de São Paulo (FSP) na nossa região. Primeiro, com a eleição do conservador Mauricio Macri na Argentina em 22 de novembro, pondo fim à nefasta dinastia Kirchner, e agora, com a derrota do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) para a MUD (Mesa de Unidade Nacional) nas eleições parlamentares de 6 de dezembro na Venezuela.

Mas se a eleição venezuelana não foi para presidente, por que essa importância e por que é um golpe para o FSP? Quando Chávez alterou a Constituição através de uma Assembléia Nacional Constituinte logo depois de assumir seu primeiro mandato, as duas casas legislativas foram dissolvidas e criada apenas a Assembléia Nacional (AN), unicameral, que conta com 167 deputados. Em decorrência de sucessivas fraudes, o PSUV e coligados ocupavam praticamente todo o parlamento e aprovavam todas as propostas vindas de Chávez (e agora Maduro) e do número dois do governo, Diosdado Cabello, presidente da AN.

A MUD é uma coalizão de partidos de centro-direita, social-democratas, conservadores, liberais e cristãos, mas há também partidos como “Bandera Roja”, “Movimiento al Socialismo” e “Vanguardia Popular” pertencentes à Internacional Socialista, que se uniram desde 2008 com a finalidade de derrotar Chávez e seu projeto ditatorial comandado desde Havana pelos Castro. O que os une é o amor à Venezuela e o desejo de vê-la livre do domínio cubano.

Durante anos a oposição denunciou com fartas provas as grotescas fraudes de que foram vítimas, mas com todos os poderes seqüestrados e subjugados às ordens de Chávez e Maduro, nada acontecia. Apenas no Referendo Revocatório de 2007 (http://notalatina.blogspot.com.br/2007_12_02_archive.html) a fraude não pôde se consolidar plenamente e o “Não” venceu porque, apesar de fraudar o resultado, não foi possível reverter os números em favor de Chávez.

Então a MUD resolveu mudar de tática e, em vez de denunciar as fraudes, iria impedí-las de acontecer. Através do Sistema de Inteligência Eleitoral, elaborado por uma equipe de profissionais especializados em temas eleitorais e informáticos da ESDATA (http://esdata.info/Quienes-Somos), foi criado o “Projeto Canta Claro”, onde 7.000 eleitores foram treinados para atuar em 4.500 centros de votação como “garantidores” da transparência do processo eleitoral.

Dois dias antes das eleições o Alto Comando Militar reuniu-se com Maduro e Cabello para informar os números das pesquisas de intenções realizadas pelo SEBIN e a Direção Geral de Contra-Inteligência Militar, e naquela altura todos já conheciam as enormes vantagens da MUD sobre o PSUV. Foi então que montou-se a fraude.

No domingo 6 de dezembro 70% dos eleitores acorreram às zonas de votação que deveriam encerrar suas atividades às 18 horas. Entretanto, para realizar a fraude o tempo foi estendido em até duas horas sem qualquer explicação do CNE (Conselho Nacional Eleitoral). Segundo informou um desses fiscais da MUD, assim foi feita a fraude: o encarregado do caderno de votação passava os dados das pessoas que não haviam votado, duas horas antes de fechar a mesa. As mensagens eram apenas os números das cédulas dessas pessoas. Com esses números faziam novas cédulas, usurpando a identidade do ausente, porém com a foto do militante. Cédulas falsas mas “legalizadas”.

O CNE insistia em fazer cadernos eleitorais eletrônicos porque era a única maneira de que as impressões digitais desses usurpadores de identidade não ficassem como prova, entretanto, os fiscais da MUD insistiram - e conseguiram - que os votos impressos fossem anexados aos cadernos de votação com as digitais. Às 18 horas a militância governista mandou os fiscais da MUD se retirarem para não presenciar a fraude, mas eles se recusaram, insistiram e conseguiram ficar até o fechamento.

A estratégia do governo não funcionou, por uma lado porque a vantagem da MUD era evidente demais e irreversível, e por outro, porque esses “garantidores” instalaram inibidores de sinal em 1.600 centros eleitorais, de modo que as comunicações entre os psuvistas não puderam acontecer. Diante disso, Diosdado Cabello quis ativar o plano B que era mobilizar a Unidade de Batalha Hugo Chávez e outros “coletivos” para causar distúrbios nas ruas. O plano foi abortado quando o general Vladimir Padrino López, ministro da Defesa e chefe do Comando Estratégico Operacional, disse que se via “obrigado” a impedir qualquer manifestação de rua para garantir que se cumprisse o que reza a Constituição.

Enquanto isso no CNE a reitora Tibisay Lucena travava uma batalha com os números, uma vez que a cada voto contado a MUD aumentava o número de eleitos enquanto os do PSUV minguavam. No Forte Tiuna se realizava uma reunião entre Maduro, Cabello, Padrino López, o comandante da Armada almirante Frank Montplaisier, e o comandante a Guarda Nacional, major-general Néstor Reverol. Cabello, Reverol e Montplaisier estavam dispostos a tudo. Então Padrino López disse que seu compromisso era “salvar a institucionalidade da Força Armada Nacional com a correta execução do Plano República (o deslocamento de militares para garantir a tranqüilidade das eleições) e depois, em caso de graves distúrbios públicos, restituir a ordem”, lembrando que o que estava em jogo era o cumprimento da Constituição.


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